Assistência e desafios em saúde vivenciados por mulheres privadas de liberdade

Abstract

No Brasil, ocorreu aumento na taxa de mulheres encarceradas. O fato de ser mulher e estar privada de liberdade amplia a condição de vulnerabilidade, considerando, especialmente, os aspectos ligados à maternidade, ao abandono familiar e ao próprio desenvolvimento de agravos em saúde, entre outros problemas vivenciados no cárcere. Nesse contexto, o objetivo do presente estudo consistiu em avaliar as evidências científicas sobre a assistência à saúde e os principais desafios vivenciados por mulheres privadas de liberdade. Realizou-se revisão integrativa da literatura de artigos publicados nos últimos cinco anos, disponíveis na íntegra na Biblioteca Virtual em Saúde, nas bases de dados da Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Banco de Dados em Enfermagem (BEDENF). Para as buscas foram utilizados descritores em Ciências da Saúde (DeCS): Saúde da Mulher; Enfermagem; Privadas de liberdade, utilizando-se para ligação entre os termos, o boleano “AND”. A partir dos critérios de inclusão/exclusão pré-estabelecidos, foram encontrados sete artigos que permitiram a criação de duas categorias de análise: Assistência à saúde de mulheres privadas de liberdade e Desafios vivenciados por mulheres no sistema prisional. Os resultados mostraram maior vulnerabilidade das mulheres no sistema prisional em consequência da condição social reduzida, reclusão aos lugares e acesso restrito às ações de saúde, com desenvolvimento de novos agravos. E como os principais desafios reportados nos artigos selecionados destacaram-se o envolvimento com drogas, a prática sexual insegura com a ocorrência de infecções sexualmente transmissíveis, e por fim, as repercussões da pandemia de COVID-19 em situações de encarceramento. Conclui-se que a assistência à saúde de mulheres privadas de liberdade carece de melhorias e que os alguns desafios podem ser trabalhados por meio de ações que envolvam a inserção de equipe multiprofissional nesses ambientes. Destaca-se ainda, o importante papel do profissional de enfermagem nas prisões no sentido de ser um potencial promotor de saúde para as mulheres que vivem nessa condição.